há sons
que trespassam a noite [cortam-na pela metade]
como
sigas afiadas a pele
e
gaivotas que gritam a norte em pleno Tejo nos dias tristes
planando
sem o bater das asas
sem o
descanso.
De nada
serve o sufoco do caminhar
distante
incrédulo
calcando
chuva a cada passo
nada
trazem as canseiras que esgotam
atrofiam
ou
aqueles horizontes insuperáveis
crepúsculos
passageiros
desejos
perversos
que
atravessam paragens certas.
Definha
o sexo antes exuberante
empinado
breve o
tempo que se desejava eterno
imparável
assim
fossem os dias
as
noites
o amar
porque
não as fugas?
Tudo regressa.
Há gaivotas
que gritam trespassando os silêncios das noites que sobraram dos dias tristes
[e há
um rio que o mar engole].
(Ricardo Pocinho - O Transversal)
Ricardo, teus versos sao especiais...e sempre uma alegria imensa ler-te! Obrigada por todo esse encanto! Beijos...
ResponderEliminarque te posso dizer Poetisa... apenas sei que há sempre um rio que o mar engole. Obrigado pelo teu carinho e leitura. Beijos
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