sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

[desconstrói o tempo algum egoísmo]


desconstrói o tempo algum egoísmo
que nada transmite indiferenças_____________________apenas
gravadas por um pássaro

depois

a fuga sem lágrimas sem fogo
sufocante como a prisão dos homens.

A voz retida nos teus escuros olhos
onde tudo se passou
corroendo

talvez um soluço ou um abismo breve
sabes dos luzeiros arriba acima
referência dos navegantes

e o sonho projetado num horizonte inexistente
o céu de infância

as horas e os dias certos intermináveis

deixaste as portas e as janelas abertas
contra as correntes do vento
indevidas
gélidas. nadas.

Reconstroem-se os corpos
antes decepados sem sexo
nexo

e as sementes deitadas ao acaso
convolaram-se por mais este inverno

[irei então]

desconhecendo o meu respirar
o teu grito

a miragem onde seria um mar

o mundo.



(Ricardo Pocinho em F.Duarte)


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