quinta-feira, 15 de maio de 2014

Desconstruo pirâmides em volta das pegadas deixadas pelas areias mais escondidas



Rastejo-me para o mar
Peixes crustáceos tágides ou musas nem sei adamastores alguns deuses incrustam-se na minha pele que tento despir
Em vão.

Despeço-me mais uma vez
Desta Terra que não é minha
Desta obrigação em me habitar
Desconstruo pirâmides em volta das pegadas deixadas pelas areias mais escondidas

Digo-te do breve espraiar pelas crinas níveas das severas ondulações
Que me cercam
Algumas repetidas sete vezes
Outras perdidas na imensidão do tempo.

Pisas o luar refletido a mar
Nesta perfeição de imagens sem sons ou gritos por perto

E

Se me estendes a mão
Alma viva Deslumbrante
Quedo-me do cansaço após a agarrar

Se desmembras o caminho sob o rumor dos cometas em correrias extremas
O simples beijo perdido
Retoma a perfeição de um dia esquecido algures.

I

Sento-me nas águas quietas cheias de sussurros e mirando as exaltações
De cada preamar
Relembro o som do piano ressoando pela noite dos olhares
Chamas clamando por sóis e luas.

Nenhum olhar prende a ansiedade
Do próprio movimento

Como um vento
Que empurra


Mais além.



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