sexta-feira, 28 de março de 2014

Enquanto teu corpo se esconde tímido debaixo Do linho níveo que se desfez pela noite em dia


Não te sei falar do sabor a mar da pele adormecida pelas espumas das ondas revoltas talvez sejam crinas de cavalos alados sopradas por ventos alísios ofegantes
Nem te saberei um dia explicar da companhia das aves nas direções longínquas do equinócio aflito sem distâncias morrendo em pleno voo (serão enterradas veladas nas nuvens quando todos os aviões pousarem em Terra?)
Não sei.

Sabê-lo-ei um dia ou noite quando o cheiro
Das orquídeas invadir o quarto vazio
Que me habita (que nos habita)
Resistindo aos ecos que as sombras cantam em silêncio
Talvez então seja escusado dir-me-ás por entre os brilhos
Purpúreos que o olhar absorveu.

Fumos incessantes deste incenso purificador ou Apaziguador
Enquanto teu corpo se esconde tímido debaixo
Do linho níveo que se desfez pela noite em dia

Nem sempre serão precisas palavras ou gestos
Sobrevivos a um tempo demasiado rápido enquanto
A voz declama um poema apressado símile à canção
Refreando os passos aprisionados
Antes ou depois aos mesmos caminhos.

Nem sempre se percebem as estrelas cadentes
Caindo no mar

Por vezes iluminam o horizonte
Transformando-o em chamas
Outras são leves tremores que anunciam
As manhãs infinitas.

I
Dessas palavras que rasgam poesia Desaparecem incólumes
Visões Sonhadores Navegadores
Das viagens que encontraram sargaços Cegam os olhos nos reflexos do mar
Esqueçam-se as memórias Esqueçam-se os naufrágios Esquecem-se as feridas
Das tatuagens escritas na pele por aquelas noites que em Dias se transformavam,
Revocavam-se alguns apelos gritos adormecidos sabiam-se infinitos.
Pede-se o cantar da cotovia
Que antecede primaveras e o mito do mar

O teu peito.





Sem comentários:

Enviar um comentário