quinta-feira, 17 de outubro de 2013

,os aljôfares esvoaçam repetidamente para longe



,é pela madrugada que as palavras se vestem,
assim que adormecem os jasmins prateados,
e tudo recomeça,

renovações dir-me-ias.

,o mar não tem as curvas como a estrada que começa,

possivelmente nem o amar,
nunca me disseste,

nem que a rota dos olhares trocados,

anunciava partidas tantas vezes proteladas pela ansiedade
das memórias desmemoriadas,

e,

se um dia me perdesse pelos labirintos do apogeu distante,
incertezas,

os ventos me guiariam pelas margens,
adentro promontórios vazios, avistando os teus luzeiros ainda acessos,

,incandescentes, aguardando-me.

, hoje ser-me-ia apenas o sorriso teu, algures,

por não querer viver intensamente esta vida
feita fado jamais se espraiando pelos areais distantes,
onde um dia apenas segui passos sem retorno.

,e disfarço-me sempre,
pelas tempestades apressadas sem silêncios, ribombando
nos espaços vazios,
tempo infestado dos nevoeiros meus.

Afinal, sempre o soube,
[ficou a face clara da lua pelo zênite].

,os aljôfares esvoaçam repetidamente para longe.
[repetindo-te]






Nota:
Aljôfares-
1 – Pérolas miúdas
2 – Orvalho, lágrimas (linguagem poética)


Sem comentários:

Enviar um comentário