quarta-feira, 7 de agosto de 2013

por mor que a distância seja

Kimberley Media Australia

É pela alba que as flores de jasmim sossegam,
mesmo quando revisito as pegadas deixadas pelo ocaso,

as chuvas de agosto que persistem no horizonte em chamas,

afugentam fotografias presas nas madeiras apodrecidas
pelo salso reino,
das fossas, antes profundas de tão veladas,
expõem-se algumas escuridões sem retrocessos suplicados,

desfraldam-se então as velas,
ao destino, como um fado repetido, gasto,

por mor que a distância seja.

Direi das travessias, das viagens,
do sextante sem arco do limbo, tocar-me-ás algures,
eu sentirei quão perto, de tão longínqua

a chegada.

Terei sempre regressos por cumprir, sem
jamais me arrepender,
de ter bebido até à exaustão do esquecimento.

Em vão.




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