sábado, 4 de maio de 2013

,já nem sei ou desejo saber


,talvez quisesse sentar-me apenas no soalho,
sim, seja.

(I)

, [alguns] homens são como cantos mal arrumados,
símiles ao cantar da cotovia,

, [algumas] mulheres escondem-se em varandas esverdeadas
sem flores,
como as cinzas auroras do outono,

, esqueço-me de algumas palavras como dos brilhantes perigeus,
ou dos nebulosos apogeus,

peregrinações, apenas existir, ser, ir,
,já nem sei, ou desejo saber.

(II)

,opróbrios desgarrados quais anjos que esvoaçam
pelas rajadas do vento norte, desfazendo asas,
quais pássaros loucos

desfazendo sonhos que se arrastam,
vagarosamente, até adamastores escondidos,

indolentes benfazejos,
fazem-me rir da alva inexistente, da súplica

que antecede procelas no meio do mar,

sem medos das lembranças.

(III)

, há [alguns] homens que fecham as portas com trancas,
, há [algumas] mulheres que abrem o peito despido de pranto,

e sorriem, e os arrepios sucedem-se,

dirás; “quão suave o som da noite sem silêncio”.

(IIII)

,existiremos então?
[já nem sei, nem desejo saber].







que seja um texto de Francisco Duarte




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