terça-feira, 4 de setembro de 2012

[… terra que não se afasta]




terra que não se afasta por mais que os remos
esbracejem pelo mar calado, manso,

singra-se de frente para o arvoredo
de onde se ouvem lamúrias distantes,
tão distantes.

Tanta cousa que resta, coração, entranhas,
e o pensamento acolhe o silêncio
que o sonhar transporta,
quão infindos os presságios que tudo tentam purificar
de nada valendo ser-se peregrino em si próprio.
E nascem magnólias em perenes múrmurios,
jamais choros ou tormentas,

e distantes de círculos ovais,
perigeus interiores,
soltam-se as vozes,
como elas se soltam, se clamam jamais o saberei.
[Interessar-me-á saber?]

Libertam-se das amuradas vagas que pululam sem destino,
empurrando para terra, fragilidades,
encantamentos,
na verdade, proclamam-se brandos os regressos,

que eu me regresse,
que estrelas continuem iluminando os caminhos,
encruzilhadas.

[Incandescentes caminhos nessa
terra que não se afasta, por mais que os remos
esbracejem, amor meu].




- Na verdade vos digo, os pássaros que morrem caem no céu e as cinzas de Maria Callas vogam pelo mar Egeu.” do ciclo uma sílfide adormeceu no leito de uma orquídea branca.



Sem comentários:

Enviar um comentário