terça-feira, 3 de julho de 2012

[ … e tantas foram as manhãs que me escureci

            Cordilheira dos Andes, Chile, André Kuipers/Nasa

e tantas foram as manhãs que me escureci
sem me amanhecer,
cousas que me habitavam, promessas fossem,
da sede que não se estancou, arribaram-me desertos.

E se por um beijo teu que fosse,
Mesmo estranho e provisório,
mesmo nesta vida que jamais me modificará,
Me desabitasse de vez,
Haveria de me lançar do promontório
Que um dia desafiei. Cumprir-se-ia silêncio.

Cessar-me-ia.

E tantas foram as noites que não presenciei
O teu sonho interrompido.




[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]



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