quarta-feira, 11 de abril de 2012

[Da magia que envolve a loucura]



Da magia que envolve a loucura,
confesso-me como um louco,
não pela magia,
não por escrever,
não

por descrever imagens que querem tocar sons,
sons que só existem em mim,
em ti,
e como eles serão sempre diferentes

da loucura que resiste, que invade,
que me invade como o mar em maremoto,
como os cravos de abril, vermelhos
cor do sangue.
Será o sol que me encadeia sempre a mesma coisa nos mesmos reflexos que ficam e resistem nas tardes em que esperava por ti? E riamos quando pisavamos as sombras de nós, e repetias:

quero os versos curtos,
rápidos sem respirar,
que envolvam alma,
sem as pausas
do choro,
silencia-se
a pele arrepiada
tocam-se de caricias
os amantes ocasionais,
como uns loucos,
beija-me, toca-me,
envolve-me de ti,
ou apenas em ti”.

[seria do sol, do mar em abril?]

Saberemos uma noite destas explicar-nos, será que a loucura necessita de uma causa para deixar de o ser, serão os cravos de abril sempre os mais belos de todos?
Navios ancorados pelos mastros,
com as quilhas descobertas
onde gaivotas pousam
e as crianças brincam,
e os poetas embebedam-se,
vomitam algumas palavras,
querem as cores brilhantes,
os sonhos coloridos,
e mesmo que as memórias
escureçam o papel,
nas terras mais distantes,
dos sabores da canela
naquela cor do açafrão,
restarão as marés,
restará um sorriso
que afasta silêncios,
restarão as confissões
de alguns loucos.

Solto o beijo no final do texto que pari e finjo a partida da loucura atrás do verso... dos rios que um dia nascerão do mar,
da terra que girará ao contrário,
dos cravos vermelhos plantados nas quilhas
dos barcos ancorados pelos mastros não sei, nem aqui,
nem mesmo ali.


[Que texto filho de puta que puxa pela voz, gritar e gritar pelo seu lugar ao sol...]

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