quarta-feira, 21 de março de 2012

[Respiro]

 Crescent Earth, Rosetta Image courtesy Michael Benson Hasted Kraeutler

Nos faróis em promontórios esquecidos,
dançam as grandes névoas que os envolvem,
desiluminando-os,
e o olhar refugia-se pelos locais escondidos da noite,
nada mais que esquecimento.

Brotam corais nos areais despenteados pelos ventos de norte,
que sossegam a baixa-mar, vazando as iras finais do inverno,

e em cores [porque não em flor] acordam alvoradas que adormeceram nas noites longas aquecidas ligeiramente por agora.

Respiro.

Palmilho por cima das copas de pinheiros, sequóias, descansando-me quando o mar é visivel, avista-me o mar.

Lentamente,

renovar-se-ão as palavras, todas,
remover-se-ão as capas, máscaras também,
cairão então estrelas, ou cometas em fogo,
esconder-se-ão pirilampos, esqueçer-me-ei
em fim, em mim,

experimentar-se-ão novas frases nas fases da lua que tapam os eclipses dos versos,

suavemente, que se reacendam esta noite os sorrisos afastados,

[esqueci-me do beija-flor que nasceu nos nenúfares amarelos que importa isso se o perdi no bater das asas].



1 comentário:

  1. essa magia, Toda, das palavras só pode emanar de uma Alma mágica, sem dúvida...

    obrigada :)

    em forma d'Abraço

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