sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

[esqueço-me do dia]

Ragnar Th. Sigurdsson—Arctic Images Iceland's Grimsvotn volcano during eruption.


por vezes esqueço-me do dia
quando a noite termina,
ficando alguns pavios de vela
queimando,
tremem as cores então,
e as sombras fogem,
e escondem-se.

Fico-me no baloiçar da maré,
no pensar distante das silhuetas
deitadas uma noite a meu lado,
sem face,

brilham garrafas vazias pelo convés,
caleidoscópios coloridos,
mágicos das cores,
quais supernovas envoltas
por cristais azulados.

Por vezes esqueço-me do dia,
onde as palavras têm cores,
como as searas, como algum
arco-íris sem forma,
e o vento separa-as,
transformando-as em vida,

quando a noite termina.

Quebram-se os circulos, as visões,
destroe-se o além do mar
das latitudes,
repartem-se as longitudes em tempo,
do tempo que se quer suspenso,
[porque não parado?],

envelhece o mar, esquecem-se
saudades,
e a noite,
jamais amanhece.

Conta-me dos brilhos da noite,
enquanto me esqueço do dia.



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