quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

[expõe-se o homem no leme]


Abrigam-se algumas proteções,
escondidas por um manto suspenso,
prestes a esvoaçar sem destino,
expõe-se o homem no leme,

e é no mar que se encerram
as palavras, prolonga-se o circulo,
que se deseja quebrado.
Nascem areais desconhecidos,
detroem-se as ondas contra rochedos,
que resistem.

Acordam das profundezas sonhos,
viagens sem fim,
conquistam-se castelos inacessiveis,
com o raio da trovoada acendem-se pavios,
ilumina-se a tempestade,

expõe-se o homem no leme.


Resistem sentimentos, perdas,
até saudades,
pouco interessa,
nem o cinzento amanhecer
ilumina as sombras carregadas,
tão carregadas
que se arrastam como pedintes,
como putas velhas pelas vielas,
procurando algum vinho,
procurando algum calor,
vendo algumas aves que se protegem

expõe-se o homem no leme.

De nada serviram os avisos,
tantos os queixumes,
tantas teimosias, como se tudo
se conhecesse, mesmo o desconhecido
deserto de algas moribundas,
orgulhos,
superioridade momentanea, surdez,
e ao furacão repentino, devastador,

expos-se o homem no leme.

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